quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Falando de plantas


Cadê o cheiro podre e amadeirado do seu perfume que eu esqueci dentro da minha pistola emocional? Bala de aromas, que grande ideia quando se trata de atordoar alguém! Madeira podre que tem o cheiro daquela vez em que nos encontramos. EDPRO! Pedaço de árvore tão podre que cheira a saudade, que eu inalo junto com o sarrafo que você era e que agora deixou de ser.
Já que com o seu çávuár fér (ou devo dizer savoir-faire?) sua ''sarrafice'' abandonou a característica de estreita e passou a adquirir corpo, forma e conhecimento; sua estrutura antiga teve de se modificar com tanta mudança que eu já não sei se converso com aquele aroma amadeirado de um antigo casaco ou se falo com uma sebe que esconde o real aroma dentro de si. Aí de dentro da sua floresta, você me ouve pedindo edpro?
Acho que meu perfume de rosas combinaria com seus galhos secos que exalam nostalgias. Todas minhas. E é por aí que eu penso que poderíamos estar essencialmente ligados para sempre. Minhas roseiras harmonizam a sua sebe e juntos ficam tão bem. E de todos os campos floridos que o rodeiam eu sei que posso não ser o mais florido, mas me adéquo à você. Porque, apesar dos termos franceses tudo o que estou tentando dizer é que você é tão habilidoso comigo. Você me modela do jeito que quer.
Eu sou o símbolo da paixão enquanto você é erudito. Árvore velha, troncos fortes e sabidos (não sei se sabichões não seria mais o seu estilo). Sabem tanto que conhecem exatamente onde tenho espinhos e onde floresço. Como sabem que completamos primaveras juntos e que é só o sol nascer e seus galhos se abrirem para eu florescer. Mas duro pouco, você sabe, e toda vez que floresço FLnasce um novo espinho em mim. Espinho este que se transforma em sorriso quando eu o vejo. Me entende –como sempre-, é extremamente difícil personificar uma flor quando não há possibilidade de demonstrações simbólicas, como um sorriso ou um olhar. Várias rosas nasceram dentro de mim no instante em que você abriu seus lábios e mostrou os dentes; assim como milhares delas floresceram quando me beijou.
O engraçado é que se passam anos e as árvores continuam as mesmas, você continuou o mesmo – apesar das longas cercas que eu encontro quando me inclino para observar seu olhar –. O tronco é o mesmo e o toque independe do momento em que misturamos aromas, nunca deixou de ser o mesmo, e seu.
Quem sabe um dia você seja capaz de dar uma chance para as minhas roseiras e as deixa completar sua sebe? Você poderia parar de personificar o feminino da sua graça e se misturar com aromas doces que só querem harmonizar seu dia. Como uma literatura barata, de fundo de quintal, esta mesma que faço. Porque, às vezes, seus galhos secos e cansados só estão pedindo uma rima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário