quarta-feira, 13 de junho de 2012


A gente se quis por inteiro em todos os momentos das nossas vidas. Você nunca, realmente, foi embora. Sempre houve uma volta, uma saudade. Porque, no fundo, nós dois sabemos que o ‘a gente’ que me contêm com você sempre foi melhor que os ‘a gente’ que você formou por aí. Com quem? Não quero saber.Você sempre ficou grudado em mim como se fosse carrapato eterno. E eu nunca quis sarar da sua doença. Porque quando eu acho que a gente nunca mais tenha chances, você reaparece me fazendo sorrir. Mas só sorrir, já que eu não consigo encontrar ninguém no mundo que me leve nessa dança tão bem como você. Você sabe, né?

Seja tango, seja forró, valsa ou lambada, só você sabe me guiar. E eu continuo me perguntando:  Pra que, diabos, eu to continuando com isso? Só sei que eu preciso continuar com isso antes que nos percamos. Eu preciso de uma parte de você, seja ela pequena ou grande.  Preciso que você saiba que estou viva e estou de portas abertas pra quando você quiser entrar, não precisa bater. As janelas continuarão fechadas porque fará frio lá fora enquanto eu continuar sendo alguém incompleta para indivíduos completos. Coitados. Você é o que faz abrir um sol imenso no meu quintal e acabar com essa friaca horrível que venho passando nesses anos.  

 Eu tentei dançar com outros, mas empaquei logo no primeiro giro.  Acho que já giramos tanto nesse tempo que acostumei com seus sustos e seus dois pés esquerdos, mas que, combinados com meus dois pés direitos, constroem uma sintonia perfeita na nossa dança. E o engraçado que eu comecei a escrever pra você e percebi que utilizei quatro vezes a palavra ‘porque’, as troquei, quase todas, não queria parecer repetitiva, mas sempre quero achar o porquê de a gente sempre se querer e sempre, pra não perdemos o costume, ser de modos diferentes.

Tá frio hoje, sabia? Mas fez sol porque fui completa pra alguém incompleto. Roubei seus pedaços pro verão continuar na minha casa, apesar do frio. A luz do sol sempre fora mais colorida que qualquer outro sorriso que você pudesse colocar no meu rosto, mas eu ainda prefiro o calor dos seus braços.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Muro de Berl...ezas


Porra! Eu gosto de você.
Não esse gostar banalizado que todos já têm gosto de dizer, mas simpatizo com você, neste sentido mesmo. Gostei de você desde o primeiro momento em que conversamos. Ri com sinceridade, sabe há quanto tempo eu não ria com sinceridade?! E mesmo nos conhecendo tão pouco, ou tentando nos encontrar em meio a tantas loucuras e desistências que o mundo colocou bem nas nossas costas, a gente se topou pra partilhar o peso. Aí desse lado, você sente tudo mais leve? Pois daqui eu sinto.

E aí que hoje eu só espero a gente se esbarrar. Forçar acaso? Ou fazer um caso? Já que hoje em dia acasos me lembram 'aos casos', ou 'ao caos', se bem que as duas frases fazem sentido nessa nossa narrativa que nem título tem. Mas eu espero nos esbarrarmos numa rua, num café, num beco. E ao caos nos entregaríamos – ou aos casos. – E, ao acaso, tocaria Oasis – ou no caso de tocar Oasis? –  Conversaríamos sobre coisas corriqueiras e eu lembraria de ‘’I think you're the same as me’’ todos os sorrisos que você já me deu e  ‘’we see things they'll never see’’ todos os seus olhares que já desviou, fazendo-me olhar ainda mais pra você.

Pensei num título pra gente, moreno. Pensei em ‘graúdo’, que é tudo o que já é desenvolvido: você. Você que é graúdo e está em um patamar acima da minha visão de perigo. Estou cega, não vê?  Tão cega e tão patética que sou, só consigo dizer que gosto muito de você. Gosto mesmo, não disse? Você apareceu e tudo o que fiz foi pedir pra você não me achar uma garota pequena, nova e mimada qualquer. Porque eu sou. Estou cega, certamente, por não ter altura o suficiente para me deparar com o tamanho do abismo que me jogo se chegar até onde está. Mas daqui de baixo eu vejo a luz do sol atravessar alguns buracos no seu cabelo e refletir no meu rosto. Aqui de baixo. E você fica tão bonito com essa áurea azul-céu-amarelo-sol-cabelo-caramelo que eu perdi meu fôlego quando fui subir um degrau e acabei ficando exatamente onde estou. Admirando ainda mais você.

Porque eu não posso fazer mais nada a você do que lhe admirar. A gente se conhece tão pouco, não é, garoto? A gente se conhece tão pouco e nesse pouco eu tentei te surpreender, mas tudo o que fiz foi te assustar porque não sei não ser intensa. Eu sei, é difícil lidar com intensidades ainda mais quando não se quer e se constrói uma muralha gigante em volta do seu próprio corpo, no caso de haver uma guerra e você estar envolvido. Lhe pedi pra abrir seu coração porque queria entrar lá dentro e descobrir cada pedacinho obscuro dele. Deixe-me iluminar suas escuridões e acabar com os seus medos? Deixe-me fazer o papel dos seus cabelos que filtram a luz do sol e projetar cores diferentes dentro da sua muralha? Deixe-me promover a queda do seu muro de Berl...ezas e eu prometo, não sou uma criança, eu lhe juro que posso colorir essa monotonia dos seus dias.