domingo, 27 de dezembro de 2009

Minha.

"Amor: uma loucura benigna, uma amargura sufocante, uma doçura que o consola."

No começo, bem... Sufocou mais que o normal doeu, magoou. Mas tudo se desenvolve, o amor se desenvolve. É como uma bala de menta, que começa ardida, e depois tu acostumas com o ardor, assim como me acostumei com a dor que tu mesma causaste. Como uma coisa que era tão simples tu conseguistes fazer com que fosse tão complicada? E eu? Bem... esperei, tentei seguir. Mas como seguiria? Sem o único motivo que me fazia seguir em frente? Eu não tinha vontade de procurar outras. Aliás, eu procurava aquelas que mais pareciam contigo, comparava todas ao teu jeito. Todos os cheiros ao teu. Todas as palavras às tuas. Tudo tinha de ser teu. E não era. Me bastou viver com metades, viver com preenchimentos ocos, com verdades mentirosas. Me restou viver uma vida sem ti. E eu consegui... Até aquela caixa lacrada, fechada a sete chaves, onde eu havia guardado tudo de ti que existia em mim, vir a abrir-se novamente.
Eu não me esquecera de nada. E como tudo aquilo me fazia falta! O cheiro, o toque, as palavras, o jeito... Tudo teu! Aquilo me fez parecer mais vivo que antigamente, pareceu colorir novamente meu rosto com uma nova cor: a cor da felicidade, da esperança. Meus olhos tinham brilho novamente, e eu me sentia novo, me sentia teu. Mas a vida nem sempre é um conto de fadas, e tu acabaste com o meu em tempo recorde: Dois dias. E eu já não tinha mais nem um sorriso no qual eu me lembrasse. Desistência e raiva tornaram-se minhas palavras preferidas. Eram as quais menos doíam ao me pegar em qualquer lembrança tua, que, normalmente, chegavam e pairavam no meu pensamento à todo tempo. A raiva chegou a tomar conta de mim, e isso me fez tão bem que nem eu mesmo imaginava, a raiva me ajudou a esquecer. Mas me matava o fato de tu ser tratada tão mal, de me preterir à ele! Pois eu nunca te trataria assim, você seria minha rainha, mas, naquele momento, nada importava, eu tinha desistido, e estava certo disso. Um mês se passou, e a saudade, apesar de tudo, não me deixou esquecer, e nada de ti dentro de mim queria morrer, nada queria desaparecer. Decidi então por falar contigo, mesmo contra minha própria desistência e meus próprios amigos, eu falei. Nada havia me feito tão feliz do que ouvir de ti todas aquelas palavras. E novamente as cores voltaram a colorir meu rosto. Paixão. Amor. Felicidade. Esperança. Todas essas palavras voltaram a existir no meu dicionário pessoal. Era muito bom te ter de volta, e você abriu suas portas para mim como se eu nunca tivesse saído. Era realmente bom. Melhor do que qualquer outra vez do 'nosso' passado. Eu estava feliz. Mesmo tendo apenas a sua amizade, mesmo não sendo nada mais que amigo, um grande amigo. Eu estava feliz apenas por te ter ao meu lado, e tu não fazia ideia do quanto estava me fazendo feliz, em alguns aspectos. Era extremamente revoltante pensar que eu te faria melhor do que qualquer um que estivesse ao seu lado, naquele momento. Era revoltante o modo como teu 'namorado', se assim se chama uma pessoa com aquelas ações, te tratava. E eu sempre deixei claro a ti, nunca te trataria daquele modo. Nunca te faria sofrer, do modo como ele estava te fazendo sofrer... Era como se estivessem utilizando estacas para me machucar a cada vez em que eu via o que ele te fazia, o que ele te maltratava. E eu, me manti firme para não perder a cabeça, e foram muitas vezes, dois meses, para ser exato.
E outra vez um corte de felicidade me atravessou por inteiro, desta vez foi mais intenso, como se algo estivesse certo, ou talvez fora só o veneno da faca, sendo intensificado. A única coisa de que tenho certeza é de que aquilo me trouxe a vida, novamente. E, do modo que fora intensificado, me fez ver a realidade em tudo, me fez ver uma certeza no fim do túnel.
E a certeza era você sendo minha, eternamente minha.


Fiz esse texto em homenagem a um amigo muito querido, por isso está no masculino.

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