terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Tedy e seus desejos

Mãe, me devolve meu Tedy? Eu estou me sentindo muito sozinha esses dias. Eu não consigo dormir sem ele, Tedy é o meu xodó, mãe. E você não pode tirá-lo assim de mim.

Porque foras embora? E me deixou aqui, me deixou sem uma palavra. Foi tão fácil esquecer Tedy, e porque com você não é a mesma coisa? Tedy era meu melhor amigo, e você era meu melhor amor. Existem diferenças. Como se houvesse chuva e sol, e houvesse você. E Tedy? Era um mísero grão de areia, comparado ao tamanho do mar que eu via em teus olhos. Eu só estava esperando por uma resposta. Eu te fiz sofrer demais? Porque eu via o arder dos teus olhos, eu via seu rosto quase frio me dizendo palavras das quais já soei como impossíveis de sair dos teus lábios. Era como se você tivesse se transformado totalmente no contrario de que sua figura exposta mostrava. Onde estava aquele homem meigo, gentil e preocupado? E era só comigo? Parei de me fazer perguntas. Sabia que não encontraria as respostas corretas. Mas... Onde está você, agora? Eu sei que Tedy está em cima do meu armário, esperando, dia após dia, o dia que ele estará livre e verá uma luz, depois de tempos de escuridão. Estranho como eu me sentia exatamente como Tedy, eu estava na escuridão, apenas esperando você voltar e me tirar o fôlego com suas palavras, você me levar daqui e dizer que tudo estava bem. Me fazer feliz com o seu jeito doce. Assim como era antes, lembra-se? Ou estás muito ocupado, com o nada que tem a fazer enquanto dirige um carro em direção a lugar nenhum? É, uma resposta eu tinha. Você não sabia exatamente pra onde correria.
E foi quando eu ouvi um forte rugir de pneus na minha rua. Não me importei. Ainda tentava afogar minhas máguas nas minhas próprias lágrimas. E agora eu sabia como Tedy se sentiria, se tivesse sentimentos. Um bater na minha porta. Quem seria a esse horário?
Me levantei e fui lentamente descendo a grande escada de casa, pisei em falso algumas vezes, mas me sustentava com o corrimão. E até que cheguei à porta. Abri com cuidado, como normalmente fazia. De repente me veio um calafrio, e eu senti que iria desmaiar. Minha cara triste não negava que eu estava chorando, mais uma causa para eu me preocupar e me assustar. Ele só me abraçou, e eu voltei a chorar, sem ação ou qualquer outro pensamentou eu só ouvi seu leve sussurro em meu ovido: "Está tudo bem, eu estou aqui... me desculpe. Eu sempre amei você.''


Tedy, seu dia de sorte chegou, abra as portas para seu mundo. Eu te liberto.

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